UM ENCONTRO * by Peixito

Um encontro. Difícil de contar. Difícil de partilhar. Difícil de reviver. Tudo menos um azar. Tudo menos uma espera. Apenas uma magia, um raro momento, um imaginário vivido, intensamente vivido. Foi uma evidência, um certo numa vida incerta. Sonho? Realidade? Um sonho numa realidade. Um desejado observável, um desejado real, perto de tudo. De lá, mas de cá. Daqui, aqui perto, perto de mim. Ninguém viu, ninguém entendeu. Mas o que importa se eu vi, se eu entendi? Entendi muito, entendi por sentir, entendi por gostar, entendi por acreditar. Senti, gostei, acreditei porque eras tu. Uma presença sem presença, mas uma presença com presença quando o contacto é possível, quando o encontro é sentido. Um encontro que pará tudo, que acorda a magia, a minha magia. Um tu que me pertencia sem pertencer. Apenas um desejo. Uma vontade. Uma esperança. Duraria, duraria, duraria, mas não durou. O encontroo nosso encontro que se perdeu. Época perdida. Desejo esvanecido. Encontro e desencontro. Um clássico. Difícil de contar. Difícil de partilhar. Difícil de reviver, difícil de reviver, difícil de reviver… Uma perda… Incompreendida, indesejada. Um clássico. Tentativa de esquecimento. Possível, mas impossível. Uma música, um lugar, uma lembrança… e aparece no pensamento, no coração o aperto da nostalgia. É bom, mau, maravilhoso, horrível, mas de imediato desaparece até de novo aparecer. Jamais se esquece. Jamais! Porque foi vivido, vivido intensamente. Sentido como uma evidência, um acontecer natural. Reviver o mesmo era maravilhoso, mas impossível. É assim que cada encontro se torna único. É assim que cada encontro se torna inesquecível, e se pode tornar o mais inesquecível de todos.

Um encontro, o encontro, o nosso encontro.   
Recordo. Recordas. Recordamos.
Peixito





Sem comentários:

Enviar um comentário